sexta-feira, setembro 30, 2005

O meu fim-de-semana!!!

«A Manuela, cá, não se resignou às reuniões de taper-ware e participou numa super-actividade: Challenger 2005 http://altorelevo.org
Tive experiências novas, como a Espeleologia e a oportunidade de pôr em práctica afectos como: - A Escalada (Yuppie!) : na "parede" uma [fácil] prodigiosa revelação; na "rocha natural" a concretização do abstracto e a vontade de fazer melhor, e a Canoagem. Há que agradecer à organização e todos aqueles que nos acompanharam como monitores e demais apoio. Gente que fez muito mais que o seu trabalho, simpaticíssimas pessoas que nos proporcionaram momentos agradáveis. Inclui naturalmente os Bombeiros que estavam a posto por nós e que velaram e lutaram pela "mata" que nos deu guarida.

E uma nota final para o Francisco (fotógrafo) que me chamou a atenção para uma ave que soberanamente cruzava os céus de Valongo: negra, de porte médio (descontar a distância chão/céu). Uma cegonha, disse ele. Apesar do aspecto, duvidoso, lá guardei a imagem na retina; qual não é o meu espanto, quando, domingo à noite, leio na NM- na coluna de Tomás Montemor um VIVA! relativo à actividades relacionadas com a espécie (santa ignorância a minha!) em extinção! Francisco, obrigada.

Agradeço também a quem me fez o convite, e a quem me acolheu.

Saldo: (3 arranhões, 2 nódoas negras) definitivamente positivo!

Mainada, até pr' o ano!»
M.Q.

quinta-feira, setembro 29, 2005

terça-feira, setembro 27, 2005

PIADA


Então, é assim (fórmula muitas vezes usada no início de um chiste): Fátima Felgueiras, presidente da Câmara sua homónima, quando soube que havia uma mandado de captura à sua pessoa – sendo o segredo de justiça quebrado – resolveu dar corda aos sapatinhos e fugir do país. Escolheu, por razões de natalidade, as terras brasileiras para penar o exílio.
Em entrevistas, mostrava-se chorosa e escandalizada por ter sido obrigada a sair da sua santa terrinha, para não sofrer as agruras da prisão e os desmandos da força policial, essa corja que só gosta de perseguir os inocentes. Uma vez que a dita senhora é de uma casta superior à da restante ralé (esmagadora maioria da população portuguesa sem posses para pagar um bilhete de avião e sair do país), nunca se poderia submeter à injusta justiça.
Alguns meses passados, tempo de eleições autárquicas em Portugal, resolve voltar. É detida à chegada e libertada logo a seguir, podendo avançar com a sua candidatura.
Pronto, a piada é ontologicamente esta.

Maria Ortigão

sexta-feira, setembro 23, 2005

Sugestões para a rentabilização do exército

Fiquei sabendo, (que as férias dos outros também são instrutivas!), que na Escócia os caças treinam fazendo razantes aos auto-carros e que na impossibilidade de disparar mísseis tiram fotos! Ora, parece-me que o estado português fazia muito bem (alguém me vai dizer que já o faz) em adoptar o sistema mas com uma mais-valia: a adquisição da respectiva foto «num quartel perto de si» para turista ver.
M.Q.

terça-feira, setembro 20, 2005

MOURINHO SEM AÇÚCAR


Estou muito triste, mesmo muito triste, estou tristíssima. Já sei que pareço os gémeos Dupont e Dupond, mas a verdade é que estou tão triste…
Depois das notícias que davam como certa a presença de Mourinho na telenovela “Morangos com Açúcar”, descobri que, afinal, o treinador português ficou-se pelo anúncio publicitário a um banco.
Estive a seguir atentamente a telenovela para que, quando o treinador português entrasse, eu fosse capaz de o contextualizar. Agora, quero saber quem se vai responsabilizar pelos danos morais que me foram brutalmente causados por ver tantos e tão inexpressivos actores…

Maria Ortigão

DIÁRIO DE UMA UTENTE DOS SERVIÇOS DA SEGURANÇA SOCIAL


7 de Setembro de 2005


Querido Diário, há alguns dias atrás, recebi uma carta da Segurança Social. Como é hábito destes serviços, a missiva vinha redigida num registo linguístico altamente elaborado e composto, que quase obriga o leitor a dividir as orações para conseguir perceber a informação. Por exemplo, em vez de simplesmente escreverem “A casa verde da Rua da Liberdade.”, são capazes de nos presenciar com algo como: “O lugar de recolha e habitação de matiz herbáceo, que nos aparece mapeado junto à Avenida do Livramento e perpendicular à Travessa do Combatente, apelidado justamente de Rua cujo nome é o oposto directo de prisão.”
Após várias leituras, consegui descodificar o conteúdo, mas, nesse mesmo instante, a minha atenção foi desviada para as letras miudinhas que se aninhavam no fim da carta e que contradiziam tudo o que tinha sido afirmado anteriormente, provocando muita ambiguidade.
Estava decidido, Diário, tinha de me deslocar às instalações da Segurança Social. Porém, as da minha área de residência estão em obras, por isso havia que fazer uma viagem maior.
Cheguei, finalmente, ao meu destino. Faltava uma hora para os serviços encerrarem e já não havia senhas à disposição dos utentes. Dirigi-me ao balcão de atendimento, onde me informaram que tinham retirado as senhas, porque estava muita gente à espera para ser atendida até ao fecho do expediente e que o horário de atendimento era das 9h às 16h30m, sublinhando enfaticamente que não fechavam durante a hora de almoço. Oh, que abnegação laboral!
Escusado será dizer que não concordo, amigo Diário, com este tipo de funcionamento. Ora, repara:
- eu cheguei dentro do horário de expediente (não em cima da hora, não cinco minutos antes do fecho, mas uma hora antes), logo, tenho todo o direito de ser atendida, independentemente da quantidade de pessoas que está à minha frente;
- se a política daqueles serviços é não permitir que mais ninguém seja atendido, quando há um grande número de utentes, não faz sentido ter um horário de funcionamento fixo de atendimento, pois hoje pode “fechar” às 15h30m, amanhã às 12h, na próxima semana às 16h… Portanto, ninguém sabe exactamente é que retiram as senhas ao público;
- “Abertura: 9h; Fecho: 16h30m” Tendo em conta que a esmagadora maioria dos trabalhadores exerce a sua profissão das 8h às 17h, quem determinou este horário não deve ser muito esperto!



8 de Setembro de 2005

Querido Diário, decidida a ser atendida, levantei-me cedo e rumei à Segurança Social. Os ponteiros do relógio marcavam 9h10m, quando retirei a minha senha de atendimento. Orgulhosamente, tinha chegado bastante cedo… tal como as 50 pessoas que estavam à minha frente! “Não há problemas!”, pensei, “A senha marca que daqui a uma hora serei atendida e eu venho bem munida!” Assim, com o jornal numa mão e um livro na outra, estava preparada para enfrentar a espera.
30 minutos depois… Já tinha lido a maior parte do jornal.
Uma hora depois… Já tinha lido o jornal todo, incluindo a necrologia.
Uma hora e meia depois… O livro era lido a um ritmo alucinante.
Duas horas depois… Mais de metade do livro já estava lido.
Duas horas e meia depois… Comecei a entrar em pânico, porque o livro estava a chegar ao fim e isso queria dizer que, para me entreter, teria de ouvir as conversas vizinhas.

Nota: Querido Diário, lembra-me que, para esperas deste género, devo levar livros bem grossos, tais como “Os Maias”, todos os volumes da História de Portugal (sem ilustrações) ou a “Bíblia”.

Agastada com a situação, dirigi-me ao balcão de atendimento e fiz ver que a espera estava a ser um “bocadinho” maior do que o previsto. Obtive, então, uma resposta mal-humorada: “Ó menina, há um centro que está encerrado para obras, há pessoal que está de férias, muita gente que também está de férias aproveita para vir cá… Tem de esperar!” Pois, tinha de (des)esperar!
Após três horas, fui chamada. Enquanto me encaminhava para a mesa de atendimento, só pensava: “Ai de ti, se me tentares despachar!” Ao entrar, reparei que as mesas do lado esquerdo tinham empregados, mas as do lado direito estavam vazias. Ou seja, apesar de estarmos ainda em período de férias e de haver um centro de atendimento encerrado, ninguém se preocupou em reforçar o pessoal no sentido de se efectuar um bom atendimento do público. Agora, percebia muito bem por que motivo tinham de retirar as senhas tão cedo!
Felizmente, fui muito bem atendida. A senhora explicou tudo, tirou-me as dúvidas com calma e clareza e disse-me que deveria voltar com os seguintes documentos: impresso, que se levantava no balcão de atendimento, fotocópias do IRS, do bilhete de identidade e do cartão da Segurança Social.
Dirigi-me, de seguida, ao balcão e pedi o tal impresso. A senhora, que lá estava, olhou para a carta que tinha e disse “muito delicadamente”:
— Não precisa do impresso para nada!
— Mas… mas… (é muito irritante esta fraqueza de gaguejar perante situações insólitas!) A sua colega afirmou que era necessário! – balbuciei eu timidamente.
— Pronto! Tome lá! – atirando com o impresso para cima do balcão. E eu lá tomei…

9 de Setembro de 2005

Querido Diário, com os documentos pedidos, rumei, pela terceira vez consecutiva, à Segurança Social. Desta feita, só esperei uma hora. Ena, ena, que sortuda que eu sou!
Quando chegou a minha vez, entreguei os documentos e, qual cereja no topo do bolo, a senhora (não a de ontem) diz:
— Não é necessária a fotocópia do IRS.
— Mas… mas… – lá estava eu a gaguejar outra vez – Ontem, pediram-me para a trazer!
— Só que não é preciso!
Eu só queria sair dali o mais depressa possível antes que perdesse a compostura. Para além de ter sido obrigada a ir lá três vezes, de ter esperado muito tempo para ser atendida, numa sala abafada e cheia de gente barulhenta, de ter despendido 9 euros em transportes públicos, ainda tinha de aturar a incompetência daqueles funcionários que não sabem a quantas andam! Tenho a impressão de que se me dirigisse a um quarto funcionário, era capaz de ter uma quarta versão dos factos. Se me tivessem dito logo que não era necessária a fotocópia do IRS, bastava ir a até uma papelaria da zona, tirava cópia aos outros documentos, voltava à Segurança Social e entregava tudo. De certeza que ia passar lá o resto do dia, mas, pelo menos, resolvia logo as coisas. Que falta de profissionalismo, que falta de respeito, que falta de tudo! Francamente!

10 de Setembro de 2005

Querido Diário, não imaginas como é fácil construir uma bomba artesanal! Ah, ah, ah… (ler as gargalhadas com voz cavernosa e algo demente!)…



Maria Ortigão

SINFONIA DA CANA RACHADA


O Benfica tem uma sinfonia. O maestro Vitorino d’Almeida teve tanto trabalho para a compor, quando a coisa era muito mais fácil de se fazer.
Uma vez que o “Glorioso” teve a entrada mais desastrada de sempre na Liga de Futebol, bastava desafinar os instrumentos todos da orquestra e depois pôr os músicos a tocar cada um para o seu lado. Desta maneira, teríamos a banda sonora mais adequada para rever os três primeiros jogos da equipa da Luz.

Maria Ortigão

AVES RARAS II


Pelos vistos, no fim-de-semana passado, houve mais uma migração destas aves, agora contra os homossexuais. E prometem mais manifestações!
Vi algumas imagens que passaram na televisão e, entre o divertida, o pasmada e o preocupada, não resisto a deixar alguns comentários.

1. “80% dos pedófilos são homossexuais” dizia um cartaz


Um dos manifestantes disse que viu esta estatística na Internet, mas não se lembrava das fontes. Estava, pois, muito preocupado por causa das crianças abusadas por “esses anormais”! Então, depreende-se que os restantes 20% de pedófilos são heterossexuais. E esses não os preocupam? Não os preocupam os heterossexuais que maltratam física e psicologicamente os seus filhos, levando-os, em alguns casos, a uma morte prematura?
O problema destas “pessoas”, que formaram a manifestação, é não compreender que independentemente da raça, da religião, da orientação sexual, da educação e das condições económicas e sociais há pessoas boas e honestas e também há pessoas más, capazes de cometer as maiores atrocidades.



2. A indumentária e acessórios

Alguns manifestantes usavam camisolas pretas com a palavra “ódio” inscrita. Vi umas cruzes suástica tatuadas e a saudação nazi. Acho que isto diz tudo sobre o equilíbrio mental daquele aglomerado.

3. Juventude

O que mais me impressionou não foram as barbaridades proferidas (a estupidez é tanta que quase nem se liga), foi quem as proferiu – jovens. Estes jovens tiveram a sorte de crescer em liberdade, não viram os seus direitos mais básicos serem-lhes negados, tiveram acesso à educação, são, portanto, privilegiados em relação aos pais. Não têm razões para serem tão intolerantes e tão idiotas.
Um jovem gestor, todo abetalhado (cabelinho com repas para o lado e camisa aos quadrados) o que até destoava dos seus companheiros de manif, disse que gostava de pôr os seus filhos no ensino público, mas não podia, porque lá ensinam que a homossexualidade é uma coisa normal! Tem toda a razão, o ensino em Portugal está cada vez pior! Onde é que já se viu ensinar-se valores como a igualdade de direitos e a dizer não à discriminação? Valha-nos, por isso, o ensino privado!
Um bebé tinha, no seu carrinho, um cartaz que dizia “Se o meu pai fosse ‘gay’, eu não estava aqui.” Ó filho, se o teu pai fosse minimamente inteligente, tu não estavas aqui (aqui, na manifestação)!
Cá para mim, este bebé e os filhos do gestor correm mais perigo do que se estivessem a cargo de homossexuais.

4. Tanto querem falar…
Das entrevistas recolhidas, sobressaíram duas. Numa, um jovem, à pergunta “Por que motivo está aqui?”, falou, falou, sem nunca concluir uma frase, muito menos um discurso perceptível. O engraçado é que sempre que tentava dizer “homossexuais” não conseguia, não porque sentisse desconforto em proferir a palavra, mas porque simplesmente não a sabia articular, acabando por falar “nos coisos” e “nos maricas”. O homem não deve conseguir articular palavras com mais de três sílabas! Devia ser hilariante se ele tentasse dizer “inconstitucionalissimamente”.
Na outra entrevista, o jornalista aproximava-se das pessoas e elas fugiam, dizendo que não faziam comentários! Então, se foram a uma manifestação fervorosa e publicamente deitar cá para fora o que lhes vai na alma, não era de aproveitar o mediatismo dado pelas câmaras de televisão? Animais estranhos, estas aves raras (ler esta frase com a música do “National Geographic” na cabeça)!

5. Bater “records”
Agora a moda em Portugal é entrar para o “Guiness”. Queriam os lisboetas bater o “record” do maior passeio de cães, quando, no dia anterior, se tinha batido o “record” do maior grupo de cabeças ocas.
Eu até penso que a manifestação contra os homossexuais era um óptimo trabalho para o “Esquadrão G” (ler esta frase com a música do “Esquadrão Classe A” na cabeça, lembram-se?).

6. Mais manifestações
As autoridades portuguesas deram o seu aval à realização de uma marcha contra os homossexuais, mas não deixam os militares manifestarem a sua opinião, esquecendo-se de que, antes de pertencerem aos elementos das forças da ordem, são seres humanos como os outros.
Em contra partida, os militares são autorizados a participar na nova palhaçada da TVI.
Será que eu é que estou maluca ou há qualquer coisa que me escapa?



Maria Ortigão

Zen...

O texto "Apanhado(s)" foi escrito na data atestada por ele mesmo. (Isto soa muito estranho, mas começo a ficar cansada-mental), antes por tanto do meu fim-de-semana Zen! [Me aguarden!] E agora, fruto do tal, escrevo gostei de ler o que escreveu, pricipalmente o último, pelo tom leve; (absolutamente free de todo e qualquer duplo sentido, mesmo com o estrangeirismo).
Obviamente não se pode concordar com: a «manutenção duma situação onde as mulheres são tratadas como gado» já aqui nos insurgimos e até fiz cartazes informativos acerca da condição da mulher afegã aquando do boom mediático.
M.Q.

Estranho...

Fazendo uma relação bibliográfica reparei no seguinte: o livro "Fátima nunca mais" foi escrito por um senhor padre chamado: Mário de Oliveira. E daí? Reparem no binómio Maria/Oliveira (!).
Para quem gosta de forças superiores...
P.P.: Procurei saber se o nome do senhor foi tomado depois da ordenação ou provém da pia batismal, não encontrei; mas também reconheço que abrir duas páginas não é pesquisa suficiente.
E peço desculpa se a utilização do lexema "binómio" estiver incorrecta.
M.Q.

Teoria de conspiração

Começo a achar que dentro dos partidos a um lobby qualquer entre os que decidem os locais estratégicos da colocação dos cartazes da pré-pré-pré-pré-campanha e mecánicos, chapeiros e afins... Então não é, que os cartazes são colocados principalmente em cruzamentos, rotundas... e se um cidadão resolve cumprir o dever de manter-se informado lá se distrai e bate com o veículo automóvel!
M. Q.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Apanhado(s)

... em tempo de rescaldo atear chamas é crime mas...
gostaria de perguntar a F. A. M. se quando fala em estudos «isentos e cientificamente à prova de bala» , tem a noção de que "o" estudo não existe, pelo menos que respeite a segunda qualidade. Isto por princípio. Tal estado de perfeição (a palavra é minha, eu sei) é impossível de alcançar. [Naturalmente que] falo sem saber, não li os estudos ou conclusões. Mas acho que não se pode negar que a acção humana, entenda-se: desenvolvimento industrial e derivados- não construções precárias em morros que provocam tragédias (sempre condenáveis- as construções), causa graves danos e influencia, sim, o ambiente. E mesmo não sendo provado não seria melhor sermos altruistas e procurar conservar a casa que nossos filhos habitarão amanhã? Ah, mas isso custa muito dinheiro; -E não são os E.U.A uma potência, e não é o desenvolvimento de energias alternativas um incentivo ao progresso tecnológico/científico? Desde a primária que ouço e aprendo a importância das energias renováveis, que o petróleo acaba... Tu não?
"O nosso poder cresce mais depressa que a nossa sabeduria", Estrela de pop-Rock e não o Dalai-lama.
Sou arredia às máquinas que os grandes partidos encerram. Por isso o PS por si só não é opção. Uma figura dentro do PS talvez leve o meu voto, mas acho que aprendi que não vale a pena. Obrigada pela lista de outras opções políticas.
O meu post sobre a bomba nuclear pretendia apenas partilhar o testemunho humano do que é sofrer na pele (nunca esta expressão foi tão adequada) «a imbecilidade humana». Não se trata de acusar a matança mas a arma usada, a falta de respeito e consideração. Fiquei a pensar: é certo que não se comemora o fim da guerra, apenas alguns momentos marcantes: desembarques, libertações, bombas... Acho que sendo uma falha é uma questão socio-cultural (não pretendo me desresponsabilizar fazendo como sempre a má-da-fita a sociedade) porque de facto não nos "ensinaram" isso na escola. Mesmo "os telejornais" abrem mais depressa com uma transferência clubística que com uma efeméride dessas.
Quanto ao Ché, não me apanha de certeza con t-shirts e todo o tipo de derivados comerciais. Já manifestei simpatia pela figura romântica, como por qualquer outra figura histórica. Declarei-me sonhadora não ingénua. Já defendi ditadores (do que me arrependo), festejei golpes de estado (um dos mais curtos da história, provavelmente) e penintencio-me por ter acreditado num caudilho. Não vou numa de esquerda porque quero as riquezas dos outros, quero um mundo mais justo; não se condenam os mortos provocados pelos americanos, condenam-se os mortos injustificadamente.
Aproveito para dizer que repudio todos aqueles parvos comentários sobre a tragédia provocada pelo Katrina: «um outro lado da América, a fragilidade, a pobreza, a miseria» essas pessoas só devem conhecer os E.U.A. das comédias românticas passadas em N.Y. Todo e qualquer país tem dois polos. E a comunicação social, que faz que não nos traz novas da reconstrução que impera após o Tsunami?
M.Q.

olha que pena...

... não ouvi as declarações da mãe do bush e não posso comentar... ( Vou procurar. Futurologia: alguém que até me proporciona o link numa de suprerioridade- antes de eu escrever o anterior, agora depois disto.)
M.Q.

quinta-feira, setembro 08, 2005

"... no dia em que a merda tiver algum valor os pobres hão-de nascer sem cu..."

Gabriel García Márquez

quarta-feira, setembro 07, 2005

Conclusões do últimos dos festivais de verão

Enquanto gozo a música (é certo que vou gozando os músicos também) sou acometida por estes pensamentos:
Afinal, eu, que detenho escassa formação musical (e que mesmo assim canto no carro ao som da rádio e as vezes até me esqueço de não fazê-lo no carro dos outros) e que sempre me senti atraída pelas luzes da Ribalta... posso constituir imediatamente um grupo musical com condições de sucesso.
- Posso explorar ao máximo a minha condição de "voz-de-cana-rachada" (que expressão horrorosa) porque por trás há uns instrumentistas barulhentos que me abafam.
- Posso dar azo às minhas desvairadas composições literárias e não me preocupar com a rima (que construir quadras é coisa que me atormentava na primária). Grupo de intervenção que se preze é parco em palvras, apenas umas frases non-sense contra o mundo.
- Grupo que se preze também aporta umas sonoridades singulares (aliteração em "s"; muito gosto eu disto!) extraídas dos mais estranhos instrumentos e mesmos os mais básicos podem ser substituídos por falta de "cheta"; assim, penso que os anos de Piano que tive me dão a liberdade de desempenhar uma performance com o ralador (manual) de legumes (o que cria um conceito alternativo às bandas de garagem, [bandas de cozinha]- piada seca eu sei!)
- Presença de palco eu tenho e já la vai o tempo em que dançar era complicado (basta mover as articulções que não se sabia que existiam)
Acerca dos charros também tenho algo a dizer: Para que comprar substâncias ilegais se há sempre na tua frente alguém que fuma desalmadamente (só para rimar com "frente")? Basta uma profunda inalação; mas se a ideia é a de "moca" colectiva mais valia uma pulverização geral antes do início recorrendo aos aviões que o governo vai comprar (e que não vão servir no combate à incêndios)- serviço público, como está em voga anunciar.

O perímetro à nossa volta, o espaço pessoal de cada um, também é algo que me preocupa, há sempre um grupo de 6-8 elementos que acha que cabe inteirinho na tua frente, e não pensa que pode tapar a vista à outra pessoa.

Isto é um devaneio não necessariamente autobiográfico, fruto de uma noite, duas! animada(s).

Então, gostaste(s)?
M.Q.

segunda-feira, setembro 05, 2005

OLHA QUE COISA MAIS LINDA!



Hoje, o Freddie faz anos.

Numa afirmação completamente parcial, vamos dar os parabéns ao melhor cantor do mundo e, consequentemente, à melhor banda do mundo - Queen!!!


We will rock you!

PONTAPÉS NA GRAMÁTICA E NÃO SÓ XIV



1. No concurso Um Contra Todos, saiu a seguinte pergunta, na categoria de “História de Portugal”:
“Quem é o actual ministro da Administração Interna?”

Comentário: “História” é a ciência que estuda o tempo passado. “Actual” é um adjectivo que se refere ao tempo presente.
Será que os responsáveis pelas perguntas arranjaram uma maneira subtil de dizer que aquele ministro já passou à história?


2. No mesmo concurso, uma concorrente, que era professora do 1.º Ciclo, reage desta maneira à categoria “Língua Portuguesa”:

“— Hã!... Eu até gosto de Língua Portuguesa!”

Comentário: Tendo como função ensinar as crianças a ler e a escrever, deve ser um alívio para os pais saber que aquela “educadora” ATÉ gosta de Língua Portuguesa.

3. Insigne professora de Latim da Faculdade de Letras do Porto:
“— Cilada escreve-se com [c] curvo.”

Comentário: Haverá algum [c] que não seja curvo?

4. Amigo:
“— Pode-se curtir com sentimento!”

Comentário: Zezé Camarinha Júnior.

Maria Ortigão

POLITIQUICES


1. As promessas


A leitura da “Grande Reportagem” trouxe-me à memória uma frase muito interessante de Vasco Rato, candidato à Câmara de Vila Franca de Xira. Há algum tempo, o político prometeu fazer o pino nu, no Rossio, se não fossem encontradas armas de destruição massiva no Iraque. Depois, visto que as ditas não apareceram, disse que não tinha problema nenhum em admitir que se enganou.
Então, e o pino em pelota? Ainda bem que os políticos nunca cumprem o que prometem!

2. A propaganda

Os “outdoors” de Filipe Menezes são muito diferentes de todos os que já vi. De facto, não têm a fotografia do autarca nem uma frase apelativa. Apresentam, apenas, o seu nome no centro, rodeado por um texto enorme, em que se escreveu toda a obra que tem feito. Como se alguém fosse parar para ler aquilo tudo!
O mais engraçado é que, numa freguesia de Vila Nova de Gaia, colocaram o lixo visual… quer dizer, o grande e pouco apelativo cartaz mesmo ao lado de uma das suas obras: uma remodelação de uma estrada nacional que incluiu a inevitável rotunda. No início da obra, o executivo da Freguesia plantou lá um cartaz, em que perguntava: “Quem autorizou este aborto?” Portanto, concluíram os fregueses, a Câmara resolveu avançar com trabalhos na principal estrada da terra sem notificar a Freguesia! É no mínimo caricato!
O certo é que a obra se fez mesmo. Assim, hoje, o “outdoor” de Menezes está muito bem localizado, ao lado de uma das meninas dos seus olhos: uma nova estrada com os restos da obra numa das bermas, e uma nova rotunda com ervas daninhas, porque a terra foi deixada ao abandono.
Na minha opinião, deve-se completar o cartaz do candidato do PSD, acrescentando aos seus nobres feitos o lixo e a rotunda inestética.

Maria Ortigão