terça-feira, setembro 27, 2005

PIADA


Então, é assim (fórmula muitas vezes usada no início de um chiste): Fátima Felgueiras, presidente da Câmara sua homónima, quando soube que havia uma mandado de captura à sua pessoa – sendo o segredo de justiça quebrado – resolveu dar corda aos sapatinhos e fugir do país. Escolheu, por razões de natalidade, as terras brasileiras para penar o exílio.
Em entrevistas, mostrava-se chorosa e escandalizada por ter sido obrigada a sair da sua santa terrinha, para não sofrer as agruras da prisão e os desmandos da força policial, essa corja que só gosta de perseguir os inocentes. Uma vez que a dita senhora é de uma casta superior à da restante ralé (esmagadora maioria da população portuguesa sem posses para pagar um bilhete de avião e sair do país), nunca se poderia submeter à injusta justiça.
Alguns meses passados, tempo de eleições autárquicas em Portugal, resolve voltar. É detida à chegada e libertada logo a seguir, podendo avançar com a sua candidatura.
Pronto, a piada é ontologicamente esta.

Maria Ortigão

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