Perguntei a um adolescente de 13 anos o que gostaria de ser quando fosse grande. Sei que a pergunta não prima pela originalidade, sobretudo, depois de Hélder Reis do “Praça da Alegria” a fazer sempre que encontra uma criança. E tendo em conta que ele visita muitas escolas e instituições para os mais pequenos…
Tentando afastar “grandes momentos televisivos” da cabeça, à minha pergunta o miúdo respondeu nestes termos:
— Não quero fazer nada!
Não é enternecedor, quando os “piquenos” respondem de todas as maneiras menos daquelas que nós gostaríamos?
Em seguida, expliquei-lhe que teria de ter um trabalho não só para se realizar materialmente, porque, afinal, precisava de dinheiro para comprar o pão do dia-a-dia; como também para se realizar pessoalmente, porque, afinal, nem só de pão vive o homem.
O rapaz ficou um tempo a pensar. “Já vejo luz ao fundo do túnel”, pensava eu. Só não sabia que o túnel levar-me-ia às mais obscuras trevas, pois deparei-me com a seguinte afirmação:
— Quero ser como o Alexandre Frota!
Independentemente do que os pedagogos e todas as teorias educacionais possam dizer, este miúdo deve ser espancado violenta e ferozmente!
Maria Ortigão
2 comentários:
São os modelos que a nossa sociedade oferece às suas crianças! É o que há...
Moralismos à parte, uma coisa é certa, o rapaz é coerente!
Não podendo nada fazer, pois há que arranjar uma alternativa para rapidamente não fazer nada!Porquê que os adultos não ouvem os miúdos á primeira?Tomem lá.
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