Gostaria de saber quem beneficiará do TGV em Portugal, um país tão grande, e qual será a utilidade de se fazer um aeroporto que dista 45 km de Lisboa. Para cada uma destas grandes obras só encontro uma razão válida. Assim, o TGV pode levar mais depressa às escolas os professores que estão colocados a quilómetros de distância dos seus lares. Com a OTA, quem vai lucrar mais serão os taxistas, porque o taxímetro não parará até chegar aos Jerónimos.
O governo até teve a coragem de introduzir algumas mudanças necessárias e teve de subir o IVA, porque o país está em crise e precisa desesperadamente de dinheiro. Vai daí, numa piada santanista, Sócrates resolve gastar milhões e milhões em estruturas megalómanas. Será este o tão falado choque tecnológico? Lá que foi um choque, foi!
Toda a gente sabe que o dinheiro deve ter aplicações mais urgentes. De repente, lembro-me logo que o Sport Clube de Cascos de Rolha e o Cu de Judas Associação Desportiva precisam já de estádios de futebol com capacidade para 80 mil espectadores.
Londres ganhou a realização dos Jogos Olímpicos, porque não houve ninguém com liderança suficiente de levar em frente uma interessantíssima candidatura dos Açores. Eu ainda dei uma vista de olhos pelos rascunhos açorianos e lembro-me de propostas fantásticas como:
- provas de natação na Lagoa das Sete Cidades;
- saltos para a água desde o Pico até ao Atlântico;
- triplo salto a começar em S. Miguel, seguindo-se o primeiro salto para a Terceira, o segundo para Corvo, o terceiro para S. Jorge e a caixa de areia nas Flores;
- para a cerimónia de encerramento, aproveita-se um vulcão em erupção e temos um belo fogo-de-artifício.
Se os nossos governantes quiserem gastar dinheiro em projectos desajustados e disparatados, deixo aqui a minha contribuição.
Maria Ortigão
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