quarta-feira, junho 15, 2005

Palavras para quê?*

Lá fui eu consultar o dicionário, muito gosto eu deste livrinho, embora prefira o antigo suporte de páginas amarelecidas- e não me falem em desactualização que isso resolve-se, e encontrei:
hagiografia
do Gr. hágios, santo + graph, r. de graphein, descrever
s. f.,
estudos de textos que relatam a vida dos santos;
descrição.
O Filipe escreveu:
«... os grandes homens nunca são tão maus quanto os pintam os adversários, nem tão bons quanto os pintam os aliados. No caso de Cunhal, é certo que haverá muito de condenável na sua vida.(...) »
António-é verdade Feliz Dia, atrasado- obrigada por ter aumentado o meu vocábulário, você tem mesmo um problema com a esquerda, um caso agudo de alergia, ou algo assim. Fora os outros por mim diagnósticados! Cunhal faz parte da história, e confesso uma admiração enorme-romântica ou não- por todos aqueles que viveram na clandestinidade.
«Mexia ... destacado jovem intelectual da Direita portuguesa» memos gostando de algumasa crónicas!
À cris e ao Filipe, a Bomba teve já uma rubrica de etimologia, daí a (leve) referência.
M.Q.
P.P.: p titulo foi escolhido antes de ler o seu texto.

1 comentário:

Anónimo disse...

Como forma de despedida, para que percebem o nosso lado:
«A defesa da América – da América de Bush, note-se – é então um traço definidor de uma nova Direita que não se revê no pacifismo – no “olimpianismo” – ilusoriamente neutro do europeísmo social-democrata ou socialista (os comunistas e bloquistas nem europeístas são, pois continuam a ver na Europa uma conspiração do Capital). Mas como fazer derivar do pró-americanismo uma doutrina ou um programa político? Reagan e Thatcher revolucionaram com êxito as sociedades a cujo governo presidiram, mostrando como o Estado, com os seus tentáculos e regulamentos, impedia a libertação da energia criadora da sociedade civil, tornando problemática a afirmação do mérito e da originalidade individuais. Contra a tradição proteccionista do Estado-Previdência reabilitaram a liberdade empreendedora do indivíduo e, liberalizando e desregulando, criaram condições de competição destinadas a tornar a selecção meritocrática mais justa. Justa, sim: numa sociedade “protegida” e igualitária, em que o Estado regula as carreiras e os negócios, igualiza direitos e deveres, recompensa e penaliza por igual, os preguiçosos e medíocres são premiados. O “reaganismo” e o “thatcherismo” favoreceram assim a revivescência de um certo “liberalismo libertário” que ecoa o liberalismo “estético” de um Mill ou Constant, para quem a liberdade servia antes de mais, não para criar um mundo mais justo e democrático, mas para permitir a cada um a livre expansão do seu génio individual. A nova Direita está disposta a trocar igualdade por liberdade. »

Fátima Bonifácio, Revista "Atlântico"