terça-feira, maio 10, 2005

SOMOS ASSIM TÃO ASSUSTADORAS?


O nosso ilustra desconhecido leitor, senhor António Ribeiro, chegou, viu e foi-se! Confesso que fiquei bastante desapontada com a sua retirada. Apesar das nossas divergências, dava-me um imenso gozo ler os seus comentários, seguindo-se umas notas em forma de rabiscos até ter construído um texto de resposta. Deve ser assim que os deputados se sentem, mas nós ainda íamos discutindo assuntos que valiam realmente a pena.
E o meu desapontamento não termina por aqui. Então, agora que o tema (gramática e língua portuguesas) me era particularmente caro é que se vai embora? Nem sequer deu oportunidade para tentarmos encontrar assuntos em que estivéssemos (minimamente) de acordo!
De qualquer das maneiras, quer já não nos visite quer ainda nos vá dando umas espreitadelas sub-reptícias, remeto-me ao direito de responder ao seu último (será derradeiro?) comentário.
Ainda no que à gramática diz respeito, perguntou-me se eu escrevia “blog” ou “blogue”. Pessoalmente, prefiro não alterar ou aportuguesar os vocábulos estrangeiros, optando por manter a ortografia original, mas colocando-os entre aspas – sinal de que se trata de uma palavra externa ao português. Logo, escrevo e escreverei sempre “blog”, “atelier”, “whisky”… De realçar também que, sempre que possível, substituo estrangeirismos por palavras portuguesas que signifiquem o mesmo. Por exemplo, sítio ou página electrónica e não “site”, arquivo e não “dossier”… Sei também que há lexemas que, de tão enraizados e aportuguesados, já fazem parte do nosso vocabulário e assim devem continuar. Sou purista, sem ser puritana!
Entretanto, o senhor António deu-se à arte da adivinhação. Através da análise das minhas farpas, concluiu que eu era filha única e que vivia num condomínio fechado. Apesar de não negar, à partida, uma ciência que desconheço e apesar de ter acertado numa das suas premissas, acho melhor que o senhor António “mudi di aiceti”!
Sim, sou filha única, mas a mais velha de doze netos… quanto é que renderemos no passatempo das avós do “Praça da Alegria”?... Entre mim e o priminho mais novo há uma diferença de vinte anos, por isso deve imaginar o que acontece quando a família se reúne e a mais velha tem de tomar conta dos pequenos! Porém, também detenho alguns privilégios ou não me sente eu, em alguns Natais, no topo da mesa das crianças. (Engraçado… isto não saiu tão bem como tinha imaginado!!!)
Pensa que eu vivo num condomínio fechado? Já gora com um BMW na garagem, não? Ou será que pensa que moro em Cascais ou que sou sobrinha do tio Miro de Azevedo ou do tio Isaltino Morais? Não, sou pobrezinha, mas não pobre de espírito. Pelo menos, faço por isso.

P.S.: O senhor António foi-se embora zangado. Só lhe posso dizer que, mesmo a nossa (“FarpasXXI”) relação tenha sido fugaz, deixou marcas. Por tudo isso, agradeço a sua participação.

P.S. 2: Senhor António, um tema que não discutimos foi futebol. Não, é melhor não. Estou mesmo a ver que, para mal dos meus pecados, ainda era benfiquista!...


Maria Ortigão



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