1. Durante as transmissões especiais, que acompanharam as derradeiras horas de vida do Papa João Paulo II, um jornalista da RTP não parava de dizer que o chefe da Igreja Católica estava a sofrer de uma “septicémia”.
Comentário: O sufixo –ia, de origem grega, tanto pode ser átono como tónico. Há uma série de regras linguísticas que determinam a tonicidade das palavras.
No caso apresentado, a regra diz que –ia é tónico, quando designa doença ou moléstia. Assim, deve-se dizer septicemia e não “septicémia” (coloco o acento para mostrar que a sílaba tónica é a errada), uma vez que a palavra significa etimologicamente sangue corrompido, o mesmo é dizer que é a doença que consiste numa infecção sanguínea geral.
Mais uma vez, fico arrepiada, quando ouço jornalistas, ou seja, profissionais que têm a obrigação de dominar bem o português, cometendo calinadas deste calibre!
2. No “Praça da Alegria”, Jorge Gabriel pergunta a uma avó o que ela costuma comer na Sexta-Feira Santa. Responde a avó:
“ – Ao almoço como bacalhau e ao jantar peixe!”
Comentário: Ah, o bacalhau! Esse mamífero que pasta nas terras altas da Noruega, cujo nome científico é “bacaliauensis ruminensis”.
3. Insigne professor de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras do Porto pergunta a uma aluna:
“ – Sabe de onde era Pêro Vaz de Caminha?”
Resposta:
“ – Caminha!”
Comentário: Esta lógica só funciona com nomes como Erasmo de Roterdão ou Leonardo da Vinci. O Pêro é portuense, carago!
4. Comentador desportivo, seguindo uma partida de ténis:
“ – Neste momento, o jogador deve estar a pensar em… tudo pode passar pela sua cabeça!”
Comentário: Será que está a pensar no comentador que não acerta uma?
Maria Ortigão
Sem comentários:
Enviar um comentário