1. As contradições de Manuel Luís Goucha
Eu até nem desgostava deste apresentador televisivo. Era divertido e dava colorido ao Praça da Alegria, mas era também um pouco irritante e gostava de monopolizar o programa, tentando evidenciar-se através de referências constantes aos seus próprios gostos.
Quando o programa convidava músicos portugueses, era certo e sabido que viria à baila a percentagem de música portuguesa, passada nas rádios, e o fenómeno pimba. Muitas foram as vezes em que Goucha se insurgiu contra o mercado discográfico, que apostava em “artistas” como Zé Cabra, que nem cantar sabe, em detrimento de jovens valores portugueses, que só pediam uma oportunidade. É óbvio que estas ideias eram aplaudidas entusiasticamente por todos.
Outro alvo de crítica gouchiana foi os programas popularuchos da concorrência, nomeadamente, Big Brother e afins. Mais uns segundos de aplausos.
Pois bem, este senhor, no início da temporada televisiva de há dois anos (se não me falha a memória), com uma lagrimazita de emoção, afirmou estar muito satisfeito por entrar na oitava edição do Praça da Alegria, pois que a equipa que o acompanhava era como se fosse a sua própria família. Pelo que estava esperançoso que o seu programa continuasse por muitos e bons anos.
Poucos dias depois, sem dizer “água vai”, aparece, na TVI, com um programa análogo ao da RTP. É triste de ver que, por dinheiro, até se abandona a família!
Todavia, o que mais espanta é que da pouca seriedade que ainda lhe restava, na televisão pública, desapareceu por completo na concorrência. O Você na TV respira e transpira pimpalhada do primeiro ao último segundo.
O que me fez escrever esta farpa foi a minha perplexidade perante tamanha hipocrisia. Não é que, numa mudança de canal de má memória, diga-se de passagem, vejo o dito apresentador a abanar-se todo e a aplaudir Zé Cabra, enquanto este balia a música ícone da cultura portuguesa Deixei tudo por ela!
Além disso, no mesmo programa, Manuel Luís participava activamente em comentários diários a outra barbaridade da televisão portuguesa Quinta das Celebridades.
Que pena tenho dos pobres animais, racionais e irracionais!
2. Comentários cor-de-rosa
Nos programas matutinos das televisões privadas, existe um outro atentado à cultura. Não é que reservam alguns demasiados minutos para se comentar as reportagens que saem em revistas e jornais, cuja especialidade é versar da vida alheia? Para além de muita coisa ser inventada, pseudo-celebridades e anónimos trocam palpites sobre a vida de outros afins, discutem afincadamente os penteados e as roupas e opinam sobre o possível e o impossível. Pensam que estão no cabeleireiro? Não têm vida própria?
Um desses brilhantes analistas, um tal de Daniel Nascimento (penso que não me enganei no nome, mas também não me importo muito), estava, um dia, extremamente chocado, porque uma revista tinha inventado um facto sobre a sua vida e que, por isso havia sido alvo de outros comentários. Eu pergunto: Quando tu bates com a cabeça em algum lado, faz eco, não faz? O que pensas que fazes tu em relação às outras pessoas? Provaste um pouco do teu veneno e… pasme-se… não gostaste!!!
Maria Ortigão
Eu até nem desgostava deste apresentador televisivo. Era divertido e dava colorido ao Praça da Alegria, mas era também um pouco irritante e gostava de monopolizar o programa, tentando evidenciar-se através de referências constantes aos seus próprios gostos.
Quando o programa convidava músicos portugueses, era certo e sabido que viria à baila a percentagem de música portuguesa, passada nas rádios, e o fenómeno pimba. Muitas foram as vezes em que Goucha se insurgiu contra o mercado discográfico, que apostava em “artistas” como Zé Cabra, que nem cantar sabe, em detrimento de jovens valores portugueses, que só pediam uma oportunidade. É óbvio que estas ideias eram aplaudidas entusiasticamente por todos.
Outro alvo de crítica gouchiana foi os programas popularuchos da concorrência, nomeadamente, Big Brother e afins. Mais uns segundos de aplausos.
Pois bem, este senhor, no início da temporada televisiva de há dois anos (se não me falha a memória), com uma lagrimazita de emoção, afirmou estar muito satisfeito por entrar na oitava edição do Praça da Alegria, pois que a equipa que o acompanhava era como se fosse a sua própria família. Pelo que estava esperançoso que o seu programa continuasse por muitos e bons anos.
Poucos dias depois, sem dizer “água vai”, aparece, na TVI, com um programa análogo ao da RTP. É triste de ver que, por dinheiro, até se abandona a família!
Todavia, o que mais espanta é que da pouca seriedade que ainda lhe restava, na televisão pública, desapareceu por completo na concorrência. O Você na TV respira e transpira pimpalhada do primeiro ao último segundo.
O que me fez escrever esta farpa foi a minha perplexidade perante tamanha hipocrisia. Não é que, numa mudança de canal de má memória, diga-se de passagem, vejo o dito apresentador a abanar-se todo e a aplaudir Zé Cabra, enquanto este balia a música ícone da cultura portuguesa Deixei tudo por ela!
Além disso, no mesmo programa, Manuel Luís participava activamente em comentários diários a outra barbaridade da televisão portuguesa Quinta das Celebridades.
Que pena tenho dos pobres animais, racionais e irracionais!
2. Comentários cor-de-rosa
Nos programas matutinos das televisões privadas, existe um outro atentado à cultura. Não é que reservam alguns demasiados minutos para se comentar as reportagens que saem em revistas e jornais, cuja especialidade é versar da vida alheia? Para além de muita coisa ser inventada, pseudo-celebridades e anónimos trocam palpites sobre a vida de outros afins, discutem afincadamente os penteados e as roupas e opinam sobre o possível e o impossível. Pensam que estão no cabeleireiro? Não têm vida própria?
Um desses brilhantes analistas, um tal de Daniel Nascimento (penso que não me enganei no nome, mas também não me importo muito), estava, um dia, extremamente chocado, porque uma revista tinha inventado um facto sobre a sua vida e que, por isso havia sido alvo de outros comentários. Eu pergunto: Quando tu bates com a cabeça em algum lado, faz eco, não faz? O que pensas que fazes tu em relação às outras pessoas? Provaste um pouco do teu veneno e… pasme-se… não gostaste!!!
Maria Ortigão
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