terça-feira, fevereiro 15, 2005

A CRUZADA DOS EUA

Eu adoro os EUA. Adoro os filmes, o MacDonalds, o “baseball”, as perseguições filmadas, os psicopatas que, de vez em quando, desatam aos tiros… Viva o Novo Mundo!
De há quase dois anos para cá, o governo americano, mais uma vez, deu provas do seu altruísmo, da sua vontade de proteger esta bolinha azul e de dar sem esperar nada em troca. Falo, evidentemente, da guerra no Iraque. Nós, amantes da liberdade, não esperávamos outra coisa dos ianques. E também não percebemos as razões dos anti-americanos. Cá para mim, é tudo dor de cotovelo.
Como é que um país do calibre dos States poderia não intervir, deixando aquele povo à mercê de uma ditadura? E o espírito de cruzada ainda agora começou. O presidente Bush está empenhadíssimo em acabar com todos os déspotas. Em linha de espera já estão China, Coreia do Norte, Cuba, praticamente todos os países do Médio Oriente, mais um punhado de nações africanas.
Aliás, já estava tudo organizado para a libertação de Timor, quando a ONU (essa metediça apoiante da ética) resolveu fazer um referendo! Tanto tempo desperdiçado e só eram necessários uns ataques aéreos, relatados pelo Carlos Fino.
Mas contrapõem logo os anti-americanos com as perguntas do costume: Onde estão as armas de destruição maciça?; E a população que está a sofrer danos colaterais?; Só estão de olho no petróleo!; E como é que nem sequer assinam o tratado de Quioto, sendo o país mais poluidor do mundo?
Com todo o respeito, vocês andam a ver filmes independentes europeus a mais.
Os militares norte-americanos já descobriram as armas de destruição maciça. O que pensam que era aquele bigode de Saddam? Sempre que aparecia na televisão, os tios e tias do mundo inteiro entravam em depressão por causa do bigode. Tratava-se de um descarado ataque à decência e bom-gosto. Aquele facínora tinha de ser detido, se não provocaria a devastação no mundo civilizado da “socialight”.
A população está a sofrer danos colaterais por sua própria culpa. Há pouco tempo, a Euronews, em “No Comments”, mostrava uma inspecção a uma casa iraquiana. Os militares entraram de rompante, mandaram sair a mulher e os filhos, enquanto prendiam o pai. Os primeiros, com uma arma apontada à cara, foram convidados a irem para o jardim. Aqui, os soldados diziam-lhes, com delicadeza, “Get down! Get in the floor now!” E os iraquianos ali parados, a chorar… Eles é que são uns ignorantes, porque toda a gente sabe que o inglês deve ser a segunda língua de cada um. Não estudam e depois choram!
Os americanos não estão nada de olho no petróleo, são até uns ecologistas fervorosos. Vão-me agora dizer que não sabiam que os EUA ainda não assinaram o protocolo de Quioto, porque muitas árvores foram abatidas para que se fizesse o papel em que repousa o citado protocolo? Shame on you all!
God bless America!

Maria Ortigão



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