1. Rambo português
Há umas semanas atrás, um dos líderes de um movimento fascista, xenófobo e racista (eles preferem nacionalista!) foi detido na sequência de uma reportagem televisiva. Através das câmaras da RTP, entrámos em casa do senhor, onde pudemos ver uma vasta colecção de livros alusivos ao nazismo, observar atentamente as suas tatuagens com cruzes suásticas e admirar as suas armas. Tratava-se, portanto, de um homem ecléctico: era apreciador da leitura, de História, de Arte (nomeadamente pintura corporal) e sabia manejar graciosamente carabinas e bestas (pensava que já não usavam disto desde a Batalha de Aljubarrota!).
Não era apenas um homem culto, mas também tinha um enorme coração, pois, segundo palavras do próprio, ele e os seus amigos estavam dispostos a vir para as ruas com o arsenal deles e proteger Portugal (sabe-se lá do quê). Oh, que bom! Senti-me muito mais segura e até já estava a reprimir uma lagrimazita de emoção perante tão grande demonstração de altruísmo!
2. A queda do Rambo
Mas o pior aconteceu. Tanta bondade foi reprimida pela polícia. O senhor foi detido, porque não teria licença de porte para algumas armas e porque não conseguiu fugir a tempo para o Brasil. No entanto, ainda ouvimos umas poucas palavras do nosso candidato a Rambo. Disse ele que pensava que vivia numa democracia (afinal, ele gosta de democracia?), só que este regime era opressor e limitava a liberdade. Nem vale a pena analisar este discurso, pois, sendo ele um admirador de Hitler, em matéria de opressão e de falta de liberdade, é um especialista.
Maria Ortigão
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