Eu apoio incondicionalmente Manuel Alegre na corrida à presidência. Os portugueses só têm a ganhar com um presidente que também é poeta, que sabe verdadeiramente dar expressividade às palavras e enriquecer as suas intervenções com belas figuras de estilo.
Por exemplo, Manuel Alegre podia fazer os seus discursos em verso. Quem sabe se os momentos altos da vida portuguesa – incêndios, falta de civismo, baixo índice cultural, incompetência política generalizada, os frangos de Ricardo… – não dariam uma boa epopeia. Invocava as Tágides e escrevia:
As burlas e os roubos assinalados
Que, da ocidental fogueira Lusitana,
Por apitos muito mal investigados
Passaram ainda além da Santa Pachorrana,
Em cunhas e desfalques esforçados,
Mais do que prometia a mente humana,
E entre ladrões remotos edificaram
Novo conluio, que tanto sublimaram.
Também poderia escrever composições mais simples:
Anda Sócrates a passear
e Portugal fica a tostar.
O PS a Soares apoio prometeu,
pus as mãos na cabeça e disse: “Ai, Jesus, que lá vou eu!”
Portugal está sem dinheiro,
andando os políticos num bandalheiro.
Salve-nos o Santo Futebol
da falta de carcanhol.
Maria Ortigão
2 comentários:
Andamos inspiradas!... Mas parece que este teu apoio ao poeta presidente veio demasiado tarde!
Ah! Poeta!
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