No passado dia 2 de Julho, aconteceu um grande espectáculo musical e uma grande lição de solidariedade. Chegou a hora (e já vamos muito atrasados) de dizer basta à miséria, às grandes diferenças sociais e à discriminação não só em África, mas também no mundo dito civilizado e mais rico. De facto, não é só no continente negro que nos deparamos com as tristes imagens de crianças esqueléticas, polvilhadas de moscas. Há cada vez mais sem-abrigo, pedintes e gente a quem as moscas sugaram o brilho do olhar. Do outro lado, estão os ricos que vão ficando cada vez mais ricos e mais egoístas e mais desinteressados.
Como é possível que ainda não se tenha perdoado as dívidas aos países mais pobres? Não é só por uma questão de solidariedade e de ajuda. É que aqueles países, simplesmente, não as podem pagar e de certeza que nunca o conseguirão fazer!
Como é possível que nenhum daqueles oito tenha pensado em desenvolver políticas de entreajuda e de verdadeiro desenvolvimento sustentável? Enviar peixe aos mais desfavorecidos é importante, mas mais importante é ensinar a pescar.
Como é possível deixar morrer uma criança a cada três segundos?
Como é possível que José Castelo Branco tenha um programa na televisão? (Esta pergunta pode parecer desenquadrada, mas tão chocante como as outras.)
Esperemos que os homens mais poderosos do mundo tenham escutado a música e a contestação cada vez mais crescente ao seu pequeno mundo. Infelizmente, tenho a impressão de que farão ouvidos de mercador e tenho a certeza de que Bush não tem nenhuma sensibilidade musical. Parece que lhe agrada mais o som de bombas e de aviões de combate do que uma boa música. É pena!
Pelo menos, ficará para sempre esta grande divisa: NÃO QUEREMOS CARIDADE, QUEREMOS JUSTIÇA.
Maria Ortigão
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