Aqui há dias, um bando de idiotas de profissão e de parvalhões nas horas vagas (já sei que a palavra “idiotas” pode chocar as pessoas mais sensíveis, mas é exactamente o que eles são) resolveu fazer uma marcha nacionalista contra os emigrantes, numa tentativa de mostrar o seu orgulho branco, seja lá o que isso for.
Qual David Attenborough, andei a investigar os hábitos destes estranhos animais que, espera-se, estejam em vias de extinção. Cheguei a conclusões deveras interessantes. A saber:
a) A percentagem de cancro da pele, no seio daquele clã, é zero. Isto, porque odeiam o sol. Se se expusessem ao sol, poderiam ficar morenos, ou seja, a sua pele ia ficar mais escura. Ora, esta seria uma situação que não lhes conviria nada, uma vez que o seu ideal de beleza é serem todos branquinhos, loiros e de olhos azuis, tal e qual como o loiríssimo Hitler. Para isso, nas férias de Verão, trocam o Algarve, o Brasil e o Havai pela Finlândia, Islândia e Sibéria, numa migração secular.
b) Para eles, Charles Darwin é um importante médio da selecção inglesa. (Aliás, os fervorosos adeptos britânicos são os seus melhores amigos.) A evolução das espécies nunca aconteceu, pelo que aquilo de os primeiros hominídeos terem “nascido” em África é uma mentira atroz, que deveria ser retirada dos manuais de História. Foi Deus que criou o homem e sem carapinha.
c) Anatomicamente, o seu cérebro é do tamanho de um amendoim anão e está ligado ao intestino delgado.
Felizmente, nenhum político responsável compactuou com tamanha barbaridade. Contudo, para me estragar esta última frase, Alberto João Jardim veio a público dizer que não quer chineses nem indianos na sua ilha. Oh!... não estraga nada a minha frase, porque, afinal, escrevi “político responsável”!
Maria Ortigão
Sem comentários:
Enviar um comentário