quarta-feira, maio 04, 2005

Onde está o erro?!

"«Não!», bradia o português. «Che Guevara não morreu!» Foi sempre esta a resposta enquanto se temia pela vida de Che e, até mesmo quando os jornais da manhã atiraram a notícia do assassinato do líder revolucionário boliviano, Manuel não vacilou."( in NM #674 ) Grande vacilo o seu jornalista, né? Mesmo sendo Che Guevara um ícone da cultura pop, de todos nós -quer dos que partilham de seus princípios até dos que gostam apenas do ideal romântico, por via da globalização é universal, ou talvez ocidental seja mais correcto -embora acredite que em muitos algures em Ásia o re-conheçam-, mesmo sendo nosso então, isso não anula a sua nacionalidade muito menos admite troca!
Ainda não se retrataram. Vamos ver quanto tempo demoram. Eu sei o quanto é chato ler novamente um texto no qual se trabalhou, mas será possível que um colega de redação ou um familiar não tenham detectado o erro?!
M.Q.

1 comentário:

Anónimo disse...

Um excerto do texto de António Barreto no Público de hoje faz-me lembrar o culto a Che:

"HÁ GENTE ASSIM. CONSIDERAM QUE INsistir no erro é sinal de carácter. Pôr em prática e insistir em ideias erradas, traço específico de certos políticos, é estimado como gesto nobre, sinal da existência de um "projecto" e prova de vida de várias causas. O custo, o desperdício e os efeitos nefastos são-lhes totalmente estranhos. São homens de convicções, como gostam de dizer, são homens que não cedem, garantem, mas nunca se preocupam em saber se as suas convicções não estarão erradas. Acreditam em disparates, mas, como são homens de convicções, em disparates continuam a acreditar. Sempre me surpreendeu esta ideia de que um erro se perdoa só porque é convicção. Ou a certeza de que uma convicção vale mais do que a razão e a justeza."

Nunca tive nenhuma simpatia por Che Guevara. De resto, parece-me que o seu culto se deve, sobretudo, a três razões:
- o facto de ter morrido jovem;
- o rosto, fixado numa célebre fotografia;
- a propaganda que os comunistas foram pacientemente fomentando.
Sucede que Che foi um guerrilheiro que lutava por algo bem definido: a instauração de regimes comunistas. No palco da guerra fria, Che não era neutro. Era partidário da União Soviética. Imaginemos que, em vez dele, o assassinado tinha sido Fidel. Provavelmente, hoje Fidel seria um herói, e Che mandaria fuzilar os resistentes. Como todas as religiões, o comunismo precisa de mártires. É isso que Che é: um mártir do Comunismo e da extrema-esquerda em geral.