terça-feira, maio 24, 2005

CONFERÊNCIAS DO CASINO XXI


A união faz a força

Se todas as terras
se fossem juntar
mas que grande monte
iriam formar.

Se todas as águas
se fossem juntar
mas que grande mar
iriam formar.

Se os homens de paz
se fossem juntar
mas que grande exército
iriam formar.

E por sobre a terra
e por sobre o mar
então é que as guerras
iam acabar.

Maria Luísa Ducla Soares, Poemas da Mentira e da Verdade

5 comentários:

Anónimo disse...

Não sei se o "Casino XXI" só está aberto a, digamos, poesia de intervenção. Se assim for, aqui fica, como provocaçãozinha, este José Régio:

"Que rumor é aquele? não sentes?
- Meu amor, que te importa?
- É a vida a dar socos na porta.
É lá fora. São eles. E o mundo. São gentes...
- São gentes? Quem são?
- São colegas, amigos, parentes...
- Vai dizer-lhes que não! Vai dizer-lhes que não!"

"MEU MENINO" (excerto),As Encruzilhadas de Deus

Anónimo disse...

De Sá de Miranda:

Falas-me nos animais
a que nós brutos chamamos
que guardam leis naturais;
nós outros não nas guardamos,
a isso obrigados mais.
Estes homens com quem tratam
não homens, mas leões bravos,
por força tudo rematam;
os leões não te resgatam;
não te vendem por escravos.

Para que mandem nem rejam,
não vão as águas tingidas
do seu sangue; se pelejam
não alçam forcas erguidas,
onde às aves manjar sejam.
Não tem repartida a terra
por marcos tão desiguais,
de sangue e fogo, por guerra;
um possui de serra a serra,
outro nada, ou dois tojais.

Espanto é desigual
da lei que entre si têm gralhas:
vendo uma que passa mal,
decem gritando em batalhas,
não tratam estoces de al.
Ora te direi assi:
quem diz o que viu não mente;
guar-te de cai aqui,
que verás passar por ti
o amigo e o parente."

Écloga "Basto" (excertos)

Anónimo disse...

«Terra
sem uma gota
de céu»

Carlos de Oliveira

Anónimo disse...

«outros serão
os poetas da força e da ousadia.
para mim
- ficará a delicadeza dos instantes que fogem
a inutilidade das lágrimas que rolam
a alegria sem motivo de uma manhã de sol
o encantamento das tardes mornas
a calma dos beijos longos»

Joaquim Namorado

Anónimo disse...

Perdão: o autor do poema anterior é João Cochofoel