terça-feira, julho 11, 2006

E DEPOIS DO MUNDIAL



1. “Forza Italia”

Depois da desilusão do último jogo de Portugal (foi mesmo uma desilusão ficar com o quarto lugar e sofrer três golos, não vamos tapar o Sol com a peneira), vi com muita expectativa e alegria a final do Mundial.
Aqueles italianos são “belissimi” e até nem jogaram tão na “retranca” como é costume. É uma equipa cheia de bons talentos que devem ser devidamente apreciados!
No final, visão das visões, até apareceu um jogador italiano em cuecas! Haverá melhor selecção (a seguir à portuguesa)?

2. A sobrevivência da espécie
Fiquei chocada por ver um jogador da classe e experiência do Zidane, no seu jogo de despedida, a fazer aquela agressão. O espírito animalesco possui-o e, qual veado com cio, atirou-se à cabeçada (se calhar, não queria sujar as mãos) ao seu rival, na esperança de seduzir a fêmea da sua predilecção, carinhosamente chamada Bola.
Obviamente foi expulso e, depois, não tão obviamente foi considerado o melhor jogador do Mundial! Então, tanta coisa com o “fair play”, o Cristiano Ronaldo até nem foi eleito o melhor jogador jovem, porque se atirava muito para o chão e era dissimulado, e a FIFA não leva em linha de conta a atitude altamente reprovadora do jogador francês?
E quem ficou em segundo lugar? Deve ter sido o Rooney, pois, afinal, o que conta é andar à estalada. Pena é que o Petit tenha estado tão em baixo de forma, caso contrário ainda poderíamos ter um português na corrida.
Lamento que os senhores do futebol só agora tenham mudado os seus critérios de avaliação, uma vez que o João Vieira Pinto e o Sá Pinto seriam sérios candidatos à bola de ouro! Enfim, os portugueses já estão habituados a serem injustiçados… é a sina dos pequeninos.

3. Doce normalidade
O Mundial acabou. Voltamos à crise, aos incêndios, às fábricas que ameaçam com despedimentos em massa, aos atentados terroristas um pouco pelas Arábias… Ah, doce normalidade!
4. Queriam, não queriam?
A Federação Portuguesa de Futebol teve a lata de sugerir que o Estado deveria perdoar os impostos aos 50 mil euros (quantia irrisória!) de prémio que os jogadores receberam. Mas nem que eles tivessem trazido a taça! Andam milhões de portugueses a poupar e a pagar a crise e eles metiam tão fartamente ao bolso. Era o que mais faltava.
Há ainda quem venha dizer que a vida de futebolista é curta, que depois precisam de rendimentos… Que amealhem, que não desbaratem balúrdios em carrões, em casarões e que não façam férias luxuosas e, com o que recebem (salários, dinheiro da publicidade e dos direitos de imagem), conseguem uma reforma muito melhor que a do comum português.

Maria Ortigão

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