sábado, dezembro 24, 2005

ADAPATAÇÃO LIVRE DA HISTÓRIA DO NATAL



Só para provar que os homens são parvos, eis a história do maior logro de sempre que atesta a superioridade feminina.
Tudo começou quando Maria revelou a sua gravidez a José, dizendo que ia ter um filho imaculada e divinamente concebido. Apesar de tudo, louvável a atitude de José ao aceitar e criar como sua uma criança não biológica. Já não se fazem homens como antigamente!
Na verdade, o que aconteceu foi que, durante uma noite, no banco de trás da carroça de um qualquer pastor abastado (já naquela altura, havia quem tivesse bombas com dois cavalos), Maria teve o azar de usar um preservativo defeituoso. Como a Igreja Católica é contra a utilização de tais métodos contraceptivos e, na impossibilidade de processar a marca dos preservativos, aceitou uma história que ratifica a omnipotência de Deus.
Naquele tempo, o mau funcionamento do Estado obrigava um cidadão a deslocar-se muitos quilómetros para se recensear na cidade de nascimento, por isso, José e Maria partiram. Durante a viagem de regresso, José teimou em não parar para perguntar o caminho para uma estalagem, a fim de descansarem. Assim, tiveram de passar a noite numa gruta. E nasceu Jesus.
Estando a experimentar as maravilhas do turismo rural, a família escapou à cruel decisão do rei da Galileia. A felicidade dos jovens teria sido interrompida por um louco governante, ciente de uma profecia que vaticinava o nascimento do Salvador. Por isso, e com medo de perder o seu poder e de não conseguir continuar a distribuir “jobs for the boys”, mandou matar todos os varões até três anos de idade.
Entretanto, na Lapónia, o Pai Natal queixa-se por ter de tanto trabalhar um só dia por ano. Mal sabia ele que tal paraíso também existe nas repartições de finanças portuguesas. A bem dizer, queixa-se sem razão, porque por detrás de tão grande sucesso está a Mãe Natal que se encarrega da gestão da fábrica de brinquedos. E ainda é uma extremosa esposa que lhe passa a ferro o fato e lhe enche o enorme bandulho.
Bem, chegou a hora de começar a distribuir os presentes. O Pai Natal aparelha o trenó e dá início à volta ao mundo num dia. E houve um incapaz muito apreciado que demorou mais 79!
Os três Reis Magos ficaram pior que estragados com as prendas que o Natal lhes trouxera. Ouro, incenso e mirra? Que coisa mais fora de moda! Até parece que a nobreza já não tinha montanhas de ouro, de incenso e de mirra. Não se podiam ficar, por isso decidiram ir atrás daquele velhote, patrocinado pela Coca-cola.
Quando olharam pelas vidraças dos seus palácios, ainda foram a tempo de ver o rasto que o nariz brilhantemente vermelho da rena Rodolfo deixava na noite escura. Aquilo é que era um bebedolas! O Rodolfo, sempre que podia, metia o focinho na garrafeira da Lapónia e era carraspana atrás de carraspana. Tinha tido sorte até agora, uma vez que nunca fora apanhado por nenhuma brigada de trânsito aéreo.
Aproveitando, então, a luz de uma das renas do Nicolau, os três Reis Magos montaram nos seus camelos e seguiram o trenó. No entanto, não conseguiram apanhá-lo e viram-se, de repente, numa terra distante. Reparam que os pastores locais iam ver uma criança que tinha nascido há pouco. Gente pobre gosta muito destas lamechices, pensavam os Reis. Até que tiveram uma brilhante ideia. O que se faz com as prendas que recebemos e das quais não gostámos? Oferecem-se a outros na primeira ocasião que tivermos. Foi assim que os Reis Magos seguiram os pastores até ao local, onde tinha nascido a criança.
Quando chegaram, deram o ouro, o incenso e a mirra à família. Como era pobre, devia gostar. Os nobres só se arrependeram de uma coisa: não terem chegado mais cedo para ajudar a escolher um nome mais engraçadito para o puto. Jesus! Por amor de Deus, esse nome nunca há-de pegar!

Manuela Queirós
Maria Ortigão



2 comentários:

MRA disse...

lindo...
beijo e Feliz 2006

beijinhos!

celso serra disse...

Essa é mais facil acreditar:)All the best para vcs!