quarta-feira, setembro 07, 2005

Conclusões do últimos dos festivais de verão

Enquanto gozo a música (é certo que vou gozando os músicos também) sou acometida por estes pensamentos:
Afinal, eu, que detenho escassa formação musical (e que mesmo assim canto no carro ao som da rádio e as vezes até me esqueço de não fazê-lo no carro dos outros) e que sempre me senti atraída pelas luzes da Ribalta... posso constituir imediatamente um grupo musical com condições de sucesso.
- Posso explorar ao máximo a minha condição de "voz-de-cana-rachada" (que expressão horrorosa) porque por trás há uns instrumentistas barulhentos que me abafam.
- Posso dar azo às minhas desvairadas composições literárias e não me preocupar com a rima (que construir quadras é coisa que me atormentava na primária). Grupo de intervenção que se preze é parco em palvras, apenas umas frases non-sense contra o mundo.
- Grupo que se preze também aporta umas sonoridades singulares (aliteração em "s"; muito gosto eu disto!) extraídas dos mais estranhos instrumentos e mesmos os mais básicos podem ser substituídos por falta de "cheta"; assim, penso que os anos de Piano que tive me dão a liberdade de desempenhar uma performance com o ralador (manual) de legumes (o que cria um conceito alternativo às bandas de garagem, [bandas de cozinha]- piada seca eu sei!)
- Presença de palco eu tenho e já la vai o tempo em que dançar era complicado (basta mover as articulções que não se sabia que existiam)
Acerca dos charros também tenho algo a dizer: Para que comprar substâncias ilegais se há sempre na tua frente alguém que fuma desalmadamente (só para rimar com "frente")? Basta uma profunda inalação; mas se a ideia é a de "moca" colectiva mais valia uma pulverização geral antes do início recorrendo aos aviões que o governo vai comprar (e que não vão servir no combate à incêndios)- serviço público, como está em voga anunciar.

O perímetro à nossa volta, o espaço pessoal de cada um, também é algo que me preocupa, há sempre um grupo de 6-8 elementos que acha que cabe inteirinho na tua frente, e não pensa que pode tapar a vista à outra pessoa.

Isto é um devaneio não necessariamente autobiográfico, fruto de uma noite, duas! animada(s).

Então, gostaste(s)?
M.Q.

2 comentários:

MRA disse...

Concordo plenamente...
Só tenho pena de não ter ido ver o Nike Cave...

Anónimo disse...

Gostaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaamos!