1. Todos tomaram calmantes
Fiquei muito desiludida com o domingo se eleições, porque foi tudo demasiado morno, não houve acontecimentos de maior interesse… marasmo generalizado. Não fosse a demissão de Portas e as imagens de um jota popular em lágrimas a salvar o dia, não ia haver farpa.
Aguentei estoicamente a maratona televisiva, de caneta em punho para tirar notas, que posteriormente suportariam muitas farpas, e acabei por ficar com uma folha em branco, enquanto ressonava e babava a almofada. De facto, as imagens e comentários transmitidos eram mais pobrezinhos que S. Francisco. Marcelo Rebelo de Sousa estava apagadíssimo, muito politicamente correcto, analisava com lisura, quando toda a gente sabia que o homem, por dentro, dava pulos de contentamento. Por esta altura, já estava muito desanimada, mas ainda havia esperança: Alberto João Jardim preparava-se para discursar. O que acabou por ser um novo balde de água fria. Foi um discurso demasiado calmo, derrotista, sem chama. Onde está o velho “bull-dog” português?
No dia seguinte, apostava num derradeiro trunfo – Odete Santos iria ao Prós e Contras. Os deuses estavam zangados comigo, com certeza. Até parece que Odete tinha perdido o seu ar grogue e a sua voz de bagaço! Não é justo!
Talvez a única coisa que salve a honra do convento seja o facto de o segundo nome de Louça ser Anacleto. Podia fazer uma piada, imaginando a mãe dele irritada: “Chiquinho Anacleto (quando irritadas, as mães sentem necessidade de chamar pelos dois primeiros nomes ou, em casos extremos, pelo nome completo), que ervas esquisitas são estas que aqui tens no quarto?” Mas sinto-me demasiado desanimada para o fazer.
2. Ainda não conseguiram nada
“Conseguimos! Conseguimos!” Foi assim que Sócrates festejou a vitória do seu partido. No entanto, o PS ainda não conseguiu nada, porque o povo português queria era a coligação PSD-PP fora do poder. Para conseguir alguma coisa, têm de trabalhar muito, tomar as decisões certas, evitar os populismos estroinas dos antecessores e fazer recuar a crise. Todos estão de olho no novo governo e à pequena escorregadela não vai haver cicuta que Sócrates possa tomar.
3. E os vencedores na categoria de piores governantes do ano são…
O drama, a emoção, o desespero apareceram, na noite eleitoral, pelas caras fechadas e discursos dos derrotados. Das palavras que proferiram, o que mais me impressionou foi que Portas e Santana acreditavam mesmo que não seriam vencidos! Será que sabem de que cor é o cavalo branco de Napoleão?
Entretanto, esperava-se que ambos se demitissem, mas Santana não o fez. Por um lado, até acho heróico este gesto, pois mostra que já que meteu água, tem todo o direito de se afogar nela. Quando se é incompetente, é-se incompetente sempre. Todavia, à data desta farpa correm rumores de que, afinal, vai mesmo colocar o seu lugar à disposição.
Por seu turno, Paulo Portas foi muito mais interessante. A voz tolhida e a lagrimazita quase a cair valeram bem as eleições. Ia jurar que por muito pouco não se genuflectiu, gritando: “Pai, porque me abandonaste?” Pois é, tinha de comer muita hóstia para chegar aos 10%.
E a consternação da assistência? Divinal!!! Aquele rapaz inconsolado com a demissão do seu líder, qual Maria Madalena, deixou-me desarmada. Por isso mesmo, quero mostrar a minha solidariedade e dizer ao jota popular que a vida continua, que não se pode deixar abater. Olha, amigo, tipo pega no carro desportivo que o teu pai te deu, tá? Vai até a um sei lá, bar em Cascais, tás a ver? Ou talvez possas ir tipo a uma festa, tipo na Quinta da Marinha, sei lá, tipo, tá?
Fiquei muito desiludida com o domingo se eleições, porque foi tudo demasiado morno, não houve acontecimentos de maior interesse… marasmo generalizado. Não fosse a demissão de Portas e as imagens de um jota popular em lágrimas a salvar o dia, não ia haver farpa.
Aguentei estoicamente a maratona televisiva, de caneta em punho para tirar notas, que posteriormente suportariam muitas farpas, e acabei por ficar com uma folha em branco, enquanto ressonava e babava a almofada. De facto, as imagens e comentários transmitidos eram mais pobrezinhos que S. Francisco. Marcelo Rebelo de Sousa estava apagadíssimo, muito politicamente correcto, analisava com lisura, quando toda a gente sabia que o homem, por dentro, dava pulos de contentamento. Por esta altura, já estava muito desanimada, mas ainda havia esperança: Alberto João Jardim preparava-se para discursar. O que acabou por ser um novo balde de água fria. Foi um discurso demasiado calmo, derrotista, sem chama. Onde está o velho “bull-dog” português?
No dia seguinte, apostava num derradeiro trunfo – Odete Santos iria ao Prós e Contras. Os deuses estavam zangados comigo, com certeza. Até parece que Odete tinha perdido o seu ar grogue e a sua voz de bagaço! Não é justo!
Talvez a única coisa que salve a honra do convento seja o facto de o segundo nome de Louça ser Anacleto. Podia fazer uma piada, imaginando a mãe dele irritada: “Chiquinho Anacleto (quando irritadas, as mães sentem necessidade de chamar pelos dois primeiros nomes ou, em casos extremos, pelo nome completo), que ervas esquisitas são estas que aqui tens no quarto?” Mas sinto-me demasiado desanimada para o fazer.
2. Ainda não conseguiram nada
“Conseguimos! Conseguimos!” Foi assim que Sócrates festejou a vitória do seu partido. No entanto, o PS ainda não conseguiu nada, porque o povo português queria era a coligação PSD-PP fora do poder. Para conseguir alguma coisa, têm de trabalhar muito, tomar as decisões certas, evitar os populismos estroinas dos antecessores e fazer recuar a crise. Todos estão de olho no novo governo e à pequena escorregadela não vai haver cicuta que Sócrates possa tomar.
3. E os vencedores na categoria de piores governantes do ano são…
O drama, a emoção, o desespero apareceram, na noite eleitoral, pelas caras fechadas e discursos dos derrotados. Das palavras que proferiram, o que mais me impressionou foi que Portas e Santana acreditavam mesmo que não seriam vencidos! Será que sabem de que cor é o cavalo branco de Napoleão?
Entretanto, esperava-se que ambos se demitissem, mas Santana não o fez. Por um lado, até acho heróico este gesto, pois mostra que já que meteu água, tem todo o direito de se afogar nela. Quando se é incompetente, é-se incompetente sempre. Todavia, à data desta farpa correm rumores de que, afinal, vai mesmo colocar o seu lugar à disposição.
Por seu turno, Paulo Portas foi muito mais interessante. A voz tolhida e a lagrimazita quase a cair valeram bem as eleições. Ia jurar que por muito pouco não se genuflectiu, gritando: “Pai, porque me abandonaste?” Pois é, tinha de comer muita hóstia para chegar aos 10%.
E a consternação da assistência? Divinal!!! Aquele rapaz inconsolado com a demissão do seu líder, qual Maria Madalena, deixou-me desarmada. Por isso mesmo, quero mostrar a minha solidariedade e dizer ao jota popular que a vida continua, que não se pode deixar abater. Olha, amigo, tipo pega no carro desportivo que o teu pai te deu, tá? Vai até a um sei lá, bar em Cascais, tás a ver? Ou talvez possas ir tipo a uma festa, tipo na Quinta da Marinha, sei lá, tipo, tá?
Maria Ortigão
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