«... Ela, dentro de mim, dizia-me amor. Chamava-me. Amor. Olhava com olhos preocupados. Olhei-a e fui eu que lhe disse não te preocupes. Disse-lhe hoje sei que não serás mais minha do que já és, porque és tantos, porque se não fosse o teu rosto seria muito mais infeliz, pois seria ignorante, porque se não fosse o teu olhar, não conheceria a beleza e chamaria belo ao que apenas é indiferente. Disse-lhe hoje sei que és absolutamente minha, porque te escrevo, porque te vejo, porque estás dentro de mim, e essa distância insuperável é um passo pequeno que dou sem sentir. Disse-lhe hoje sei que te amo.»
in "Uma Casa na Escuridão", José Luis Peixoto. Temas e Debates, 2002, 85p.
M. Q.
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